Museu Bispo do Rosário

Museu Bispo do Rosário

O primeiro registro de uma organização de natureza museal na Colônia Juliano Moreira remonta ao ano de 1950, quando foi montada na antiga sede da instituição uma exposição com produtos dos diversos setores de praxiterapia, inclusive de um ateliê de pintura, a Colmeia de Pintores. Logo, a exposição se tornaria permanente. Mais tarde, na nova sede da instituição, um setor de exposição com finalidade semelhante ganharia o nome de Egaz Muniz, homenageando o médico criador da lobotomia, cirurgia irreversível que “acalmava” pacientes agressivos, deixando-os em estado semi vegetativo.
No início dos anos 80, com os avanços da reforma psiquiátrica, a sala que abrigava o acervo, então abandonada, passa a se chamar Nise da Silveira. A homenagem, assim, voltava-se para a psiquiatra que introduziu um novo olhar para o cuidado dos doentes mentais e reformulou a maneira de compreender a loucura, dando vazão ao universo interior dos pacientes por meio de atividades artísticas.
Com a morte de Bispo do Rosário em 1989, a Colônia Juliano Moreira se viu diante do desafio de decidir o destino das obras produzidas por ele durante os 50 anos que esteve internado. O conjunto da sua criação foi abrigado pelo então Museu Nise da Silveira.

Em 2000, a instituição alterou o seu nome para Museu Bispo do Rosario, agora, homenageando o principal artista de seu acervo. Em 2002, com as questões da reforma psiquiátrica já consolidadas, o Museu agregou “Arte Contemporânea” à sua denominação, voltando-se para os debates em torno da arte atual, criando assim um diálogo entre os mundos da arte e da loucura.
Desde 2013, o mBrac ampliou o seu espectro de atuação social na Colônia, incorporando a memória como diretriz fundamental no desenvolvimento de seus projetos e atividades e, com isso, iniciou a construção de mecanismos de preservação dos temas que tocam a memória do local e o próprio museu; e que desdobram-se, por sua vez, na história da cidade, das práticas da psiquiatria, da arte e da loucura e suas relações. Hoje, o Museu tem o desafio de se relacionar com seu entorno e se apresentar como um dispositivo cultural potente para a Zona Oeste.

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